terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

O Potencial Divino - Uma abordagem prática


Parte II

Para os princípios da religião nipônica Seicho-No-IE, o homem, ao reconhecer-se como filho de Deus e seu herdeiro, é capaz de atrair para a sua existência benefícios como “a cura de doenças, reconciliação de lares em desarmonia, exteriorização de grandes talentos, êxito profissional, solução de problemas econômicos e amorosos etc.”

Entretanto, algumas outras doutrinas religiosas explicam que, como seres em contínua evolução e aprendizado, compete ao ser humano errar para que, através do erro, possa acelerar seu desempenho de aprendizado na escola da vida. Aprendemos, então, com as leis da própria existência. Essas leis são abordadas de diferentes maneiras de acordo com cada sistema de crenças, mas podemos citar como exemplos: a Lei da Causa e Efeito (Espiritualista), Lei do Carma (também Espiritualista e abordada pelo Budismo e outras religiões Orientais), Lei Tríplice ou Lei do Retorno (de acordo com o Neo-Paganismo) e a Lei do Julgamento de Deus (das abordagens Cristãs).

A “imperfeição humana”, portanto, também pode vir do princípio de que poucos de nós conseguem estar conectados com a Divindade de forma a sempre utilizar o seu poder em prol dos benefícios. Uma vez “desligados”, é possível que, de fato, nos julguemos inferiores à Divindade e, conseqüentemente, passíveis de erro e “pecado”, e desta forma nos abrimos às nossas imperfeições e praticamos o ódio, a incompreensão, a intolerância, a inveja e o despeito.

É possível perceber que esses sentimentos unidos reúnem uma carga de energia inferior que nos “puxa” para um estilo de vida desfavorável. Muitas religiões aceitam o termo “vibrações” para qualificar determinados padrões de pensamento que podem ser construtivos e inspiradores ou também perturbadores e destrutivos. Esses padrões de pensamento seriam reflexos de nossas atitudes ou, metaforicamente, frutos das sementes que plantamos ao longo da vida. Convivemos, portanto, com estas polaridades energéticas no nosso cotidiano, ainda quando a espiritualidade não é, diretamente, assunto das nossas pretensões.

Mas, é interessante ressaltar que, apesar da espiritualidade, para muitos, ser um assunto presente no cotidiano e de realizações práticas, ainda é difícil aceitar e respeitar o próximo como um ser em evolução, mas com uma centelha ou ainda um potencial Divino.
Ao nos deparar com sentimentos e atitudes como o egoísmo, preconceito, deslealdade, desperta em nós uma noção de revolta, e é comum ouvir, no nosso país, alguns comentários como “Este não pode ser Cristão”. Muitas vezes os autores desses comentários não estão sendo necessariamente preconceituosos com outras denominações religiosas, mas expressando, da sua maneira, uma forma de dizer “Esta pessoa não está utilizando seu potencial divino, pois percebo intimamente que o caminho de Deus é o caminho da Virtude”.

Com base no conteúdo supracitado, é possível teorizar que um dos grandes “pecados”, falhas ou erros humanos seria a anulação do eu divino interno ou do canal de conexão com a Divindade. Ao abrir esse canal e ao entrar em contato com essa energia ainda desconhecida por muitos, seria possível realizar “milagres” e despertar o nosso potencial íntimo para a prática de valores como Amor, Bem e Justiça, virtudes filosóficas que podem vir a responder nossos questionamentos primordiais.

Por fim, em meio à Filosofia e as doutrinas das religiões, podemos concluir citando a máxima do Oráculo de Delphos que ilumina o destino de todo homem que objetiva da evolução moral à compreensão espiritual:

Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os mistérios de Deus e de todo o Universo”.

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Seicho-No-IE do Brasil. Disponível em www.sni.org.br